Indicação literária do conto fantástico- Martim, Luiza B., Rafael e Lorena- 6oC

O conto que vamos recomendar se chama ´´Um senhor muito velho com umas asas enormes´´ do autor Gabriel Garcia Marquez.

Esta historia é um conto fantástico onde um homem com asas cai na casa de um casal e seu filho. A vizinha dele diz que o ser alado é um anjo. Como o filho do casal está doente, a mãe, Elisenda, acha que ele veio para levar a criança. O suposto anjo não o faz, mas mesmo assim eles o tratam sem um pingo de gratidão, colocam ele em um galinheiro e o tratam como um animal de circo, dando comida para o velho e cobrando para o verem. Eu  acho que este conto é bem interessante pelo enredo e o conflito que o velho alado enfrenta. Porém o conto é meio triste, pois o anjo é representado como velho, feio e depenado. O conto também é bem difícil de se ler, a linguagem é bastante formal e tem muitas palavras complicadas como: “conjecturas”, “frívolo”, “estéreo” e “decrepto”. Para quem não conhece nenhuma dessas palavras a leitura exige um dicionário ao lado.

 

Conto fantástico – André N, Ana Clara, Gabriel T e Martim

El bigode 

Em Cancún, México, um homem honesto e simples chamado Rinoranchero todos os dias escovava os dentes e fazia a barba ao acordar. Rinoranchero era um homem muito vaidoso que sempre abotoava suas camisas do primeiro ao último botão, passava muito hidratante e loção pós barba. Todo mês ia ao banco e pagava seus impostos.
Certa manhã, Rinoranchero lavou seu rosto, e fez sua rotina normalmente, quando se deparou no espelho do banheiro, notou algo estranho, esfregou os olhos para ver direito e viu um bigode, grande e marrom. O homem ficou apavorado, pensou como iria sair na rua com essa aberração em baixo de seu nariz. Rinoranchero, em seguida, desesperado, começou a raspar seu bigode na esperança daquela coisa sair de seu rosto, mas foi em vão. Ele passou mais creme de barbear e pegou sua navalha mais afiada, então sucessivamente tentou cortar o bigode, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou, cresceu, raspou e cresceu até que em um momento começou a ficar maluco e pegou uma espada samurai de seu avô Sharokan com autênticas marcas de batalhas com letras chinesas cravadas nela e com a bainha de ouro. Nem tomou cuidado para não se ferir e cortou rapidamente o bigode e machucou sua bochecha sardenta. O bigode, finalmente saíra, porém sobraram alguns fios e Rinoranchero conseguiu se arrumar para ir ao trabalho.
A caminho do trabalho, ouviu muitos deboches:
– Mamá, lo que está en la cara del hombre?
– No sé hijo, pero fique longe!
E outros mais ofensivos:
– No sábes fazer la barba?! Su loco!
– Esconda su cara feia! Su monstro!
O homem não aguentava mais tantas zombarias e ofensas e correu logo para o trabalho, envergonhado, com seu rosto todo machucado. Rinoranchero, também foi zoado por seus colegas de trabalho e correu para sua sala. O homem não parava de pensar no momento em que o bigode apareceu em sua cara, quando seu chefe lhe chama para uma reunião MUITO importante às 16 horas em ponto. Rinoranchero olhou no relógio, herdado de seu pai com a pulseira de ouro que seu avô trouxe de Berlin para seu pai, e eram 14h. Rinoranchero tinha muito tempo para acabar de ler os milhares de relatórios, porém não conseguia se concentrar. Quando estava na metade do último relatório se deparou com o relógio, já eram cinco para as 16h, Rinoranchero não lembrava onde era a sala de reuniões. Perguntou para um rapaz gordo que trabalha com ele, mas ele só riu e debochou. Em quanto Rinoranchero procurava a sala de reuniões, o bigode entrava no banco que pretendia assaltar, com sua agilidade, pois ele era bem pequeno, ia passar facilmente pelas fechaduras do cofre pois ainda tinha um pouco de loção pós barba.
Rinoranchero achara a sala com 6 minutos de atraso, mas esse não foi o problema, todos os homens presentes na sala tinham bigodes marcantes:
Um longo e loiro, outro castanho e curto, outro preto e pontudo e o do chefe era igual ao que Rino viu de manhã. Nesse instante ficou agressivo e louco e atacou o bigode do chefe: jogou café, água, papéis e arrancou o bigode dele.
O bigode em um instante estava com todo o dinheiro do banco, na casa de Rinoranchero, ele escondeu os sacos em baixo da cama.
O homem, depois de ser demitido, o caso foi para a Justiça, ele teve que ficar 3km de distância do prédio e 10m do chefe.
No dia seguinte, Rinoranchero acordou com uma sensação estranha, foi ao banheiro, lavou o rosto, ainda com bastante sono e com a visão embaçada, escovou os dentes e logo depois de enxaguar sua boca, não podia acreditar, o bigode do dia anterior, o causador de ter ficado louco e de ter sido demitido, estava em baixo de seu nariz novamente. Rinoranchero decidiu ignorá-lo por enquanto e resolveu continuar sua rotina diária e foi pegar o jornal, na porta de casa. Desceu as escadas lentamente, abriu a porta de madeira que estava rangindo e sentiu a brisa fria da manhã, pegou o jornal do chão. Voltou para casa, sentou na mesa, preparou o seu café e começou a ler pela primeira manchete que dizia :

BIGODE ROUBA BANCO CENTRAL!

Rinoranchero percebeu em uma foto do roubo, que foi tirada pelas câmeras de segurança, que poderia ser o seu bigode, o grande ladrão. Nesse instante ficou paralisado, olhou a televisão, nela estava passando uma cena de todo o trajeto que o bigode fez depois de ter roubado o banco, onde fora parar, quando ouviu o barulho de uma sirene policial com várias viaturas no seu bairro e chegando em sua rua: vinham carros normais, ágeis, blindados, motos e depois chegaram os bombeiros com suas escadas e invadiram a casa de Rinoranchero por cima, sem chance dele fugir. Chegou rápido todo tipo de carro, até quem não tinha nada a ver com a história quis olhar o que estava acontecendo.
Então um policial que parecia o xerife com suas roupas a prova de bala puxou seu megafone e disse, bem alto, para que conseguissem ouvir do outro lado da cidade:
– Sr. Rinoranchero?!
O homem respondeu quase sem ar:
– S…S…Si?
– Su bigode esta de ser levado por robar el banco más grande del país y robar todo el dinero de lo cofre!
O xerife da polícia largou por um instante seu megafone, saiu de trás da viatura da polícia e caminhou até onde Rinoranchero estava sempre com a pistola mirada no bigode. O xerife era todo desajeitado, suas pernas eram gordas, ninguém conseguiria pensar que um dia poderia correr atrás de um ladrão após ter roubado a bolsa de uma velhinha. O homem da justiça, além disso tinha um bigode que todo o cidadão da cidade o conhecia por só cortá-lo em barbeiros cinco estrelas, com todos os produtos à mão, que Rinoranchero só conseguiu vê-lo, após o xerife tirar seu megafone da boca. Então finalmente falou:
–Vamos nos invadir su casa!
Rinoranchero não disse nada. Então todos os polícias, alguns armados, ou com pistolas ou com armas de choque, entraram na casa do homem, divididos em grupos. O primeiro batalhão vasculhou o andar de baixo cada grão de poeira e pelo, os bombeiros já estavam lá em cima e os polícias começaram a subir as escadas para juntar-se a eles. Começaram sua busca pelo banheiro, acharam várias lâminas quebradas, mas nenhum sinal de dinheiro. Vasculharam o quarto inteiro: dentro de armários, gavetas, dentro das almofadas, dos cobertores, até arrombaram o cadeado de um baú que Rinoranchero guardava suas fotos vergonhosas e que não queria ver nunca mais. Rinoranchero continuou a olhar os homens, porém nem ele sabia onde estavam as sacolas de dinheiro, mas quem estava nervoso era o tal ladrão do banco que não conseguia parar de suar e com isso, a loção pós-barba começou a cair do rosto de Rinoranchero. Depois de um tempo em sua busca implacável, o xerife, soltou seus cães farejadores para achar o dinheiro. Tinha três cães, dois deles começaram a lamber a cara de Rinoranchero e o outro se esforçou demais para entrar de baixo da cama, pois era gordo igual ao xerife. Após os homens da lei tirarem o pobre cachorro da larga cama, os bombeiros com seus grandes machados, cortaram a cama ao meio, para facilitar o trabalho, o dinheiro todo estava lá.
Os políciais algemaram Rinoranchero e o levaram para baixo até seus carros, no caminho até a porta, Rinoranchero se deparou com sua sala de estar, toda quebrada e rasgada na infeliz busca do batalhão. O homem e seu bigode já estavam praticamente fora da casa quando: o bigode começou a se contorcer inteiro, mudou de cor depois voltou ao normal quando finalmente cresceu, mas cresceu tanto que levantou Rinoranchero no ar e ele sentiu um pequeno formigamento em baixo de seu nariz porque neste instante, as duas pontas do bigode que agora eram praticamente as pernas do homem, começaram a se mexer e a correr, mas antes o bigode abaixou Rinoranchero perto do xerife, e com toda a força, puxou fora o bigode cinco estrelas dele e o largou na grama, aí sim o bigode começou a fugir. Mas eles não queriam correr por causa da polícia ou por causa dos bombeiros, mas sim para um lugar específico. Correram o mais depressa possível e as pessoas em volta só queriam sair de perto daquela aberração, até chegar no prédio onde Rinoranchero trabalhava. Eles escalaram o prédio por fora, o que era fácil, pois o bigode continha muita loção pós-barba que grudava facilmente no vidro. Escalaram o prédio até chegar em um certo andar onde invadiram a sala de reuniões onde todos aqueles mesmos homens estavam quando Rinoranchero fora demitido, inclusive o chefe, e então, o homem arrancou todos os bigodes. Com ninguém falando nada, em menos de 10 segundos e pulou fora daquela sala com o chefe desmaiado no chão. Rinoranchero, ainda grudado no mesmo prédio, viu a polícia chegando em alta velocidade com seus carros de 409 cavalos, o bigode teve a mesma ideia de seu dono e logo a colocou em prática, pulou para o prédio mais próximo e assim por diante em cada prédio de cada cor de cada formato diferente. Ao se depararem, já estavam em um prédio muito estranho em Roma, não dava mais para fugir porque nesse instante chegou um helicóptero com metralhadora os ameaçando.
Rinoranchero pensava que não tinha mais escapatória, e não dava para fugir para sempre, quando o bigode começou a correr de repente e Rinoranchero descobriu o que ele queria fazer, então mudaram sua trajetória e fugiram para as montanhas, chegaram lá rapidamente, pois nenhum deles queria ser atingido pelo helicóptero.
Nas rochas, continuaram a correr, pois os militares, continuaram a persegui-los por mais três dias: dia e noite, dia e noite, dia e noite, até que desistiram, pois já tinham o dinheiro. Rinoranchero não conseguia mais correr e seu bigode também não.

Indicação literária do conto “A moça tecelã”

Título do conto: A moça tecelã

 Autor do conto: Marina Colasanti

O conto fala de uma moça que está fazendo um tapete. O tapete é mágico porque ele dá surpresas. O que a moça costura uma coisa aparece na vida real.

Achei o conto legal porque tem mágica. Também achei fácil. Achei feliz por que eu não chorei.

Descrição de imagem fantástica – Max

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Essa boca grande é provavelmente de uma pessoa linda, dentro dessa boca tem uma caverna escura, na caverna tem planta pequena, na caverna têm muitos dentes brancos e água gelada, a caverna te leva para o Taj Mahal da Índia, não tem ponte para o Taj Mahal, essa boca é muito maluca, a caverna é um pouco humana, Taj Mahal fica longe e é muito pequeno.

Indicação Literária – Gabriel Tambelli, Gabriel Moran, Flávia Freire e André Jun

Esta história que nós vamos contar, cujo o nome do autor é Ray Bradbury e o título é “Tio Einar”, é sobre um homem alado que cai do céu, chamado Tio Einar, e encontra uma menina que se chama Brunilla. Este homem caiu do céu porque ele tem asas, isso mesmo, ele tem asas verdes, lindas e enormes, porém a consequência disso é que ele só pode voar de dia. Mas quando escurece e ele está no alto, cai. Só que dessa vez ele caiu perto dessa tal menina chamada Brunilla, então ela fica um pouco assustada porque ele caiu do céu, porém eles se apaixonam e os dois se casam e tem quatro filhos, a partir daí o casal enfrenta várias aventuras.

Nós recomendamos essa leitura para um leitor mais experiente, pois o texto é difícil e as palavras são bem formais, como “ancas delgadas”, “estrépitos”, “rovios” e “entoou”. Espero que gostem do livro, nós gostamos bastante e achamos a ideia interessante.

 

Descrição de imagem fantástica – Lorena 6anoC

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Nesta imagem podemos ver uma praia comum, com ondas, ilhas, pedras, areia, etc.

Porém parece que ao anoitecer não são os humanos que a habitam, e sim seres encantados. Também podemos perceber que as ondas que se formam não são de água.

Nessa imagem aparece uma sereia observando os unicórnios, ela parece estar encantada com as criaturas que estão surgindo das ondas do mar.

Por outro lado, a fada aparenta estar muito triste e aborrecida, nem um pouco interessada na impressionante cena que está acontecendo (como se ela visse isso todos  os dias).

Os unicórnios parecem estar com uma sensação de depois de um dia na praia cheio de turistas e eles tendo que esconder suas identidades secretas, ou, em outras palavras, de alivio.

Mais ao longe em cima do morro tem um palácio bem grande, e parece que as luzes estão acesas e se você usar um pouco da sua imaginação dá para pensar que no palácio mora a fada, e os pais dela não deixaram-na ver alguma coisa impressionante e por isso o seu comportamento.

Ou que os unicórnios se descuidaram pouco e as pessoas que moravam  no palácio os viram. E foi a partir desse dia que uma nova espécie foi encontrada no oceano, os cavalos marinhos que originariamente eram os unicórnios marinhos.

O homem sem olho – Ana Buarque, Bernardo, Catarina e Rafael- 6 ano C

Ana Berlendis, Bernardo, Catarina Mattos e Rafael

O homem sem olho

Era uma quarta-feira de outono. 23 de outubro. Paris estava repleta de uma fina chuva que combinava perfeitamente com o dia cinzento. Mal sabia eu a tarde tenebrosa que me aguardava.

Levantei-me, com muita dificuldade e fui direto para a cozinha. Porém, no percurso de ir até o cômodo, fui esbarrando em todos os móveis. Não estava com a visão muito boa. Pensei que era sono.

Tirei o croissant do forno e comecei a sentir o cheiro maravilhoso do café, que, por sinal, estava pronto. Peguei a xícara do armário de louças de minha avó e fui me servir. Enquanto eu inclinava a xícara que continha o líquido, que estava quente e cheiroso, em direção aos meus lábios, vi o meu reflexo no café: meu queixo, minha boca, meu nariz…

Lembro-me da xícara de porcelana espatifada no chão. Agora entendia o motivo da visão ruim, não era sono e nem nada em meu olho esquerdo, simplesmente pelo fato  dele não existir mais. Bom, pelo menos não em meu rosto, talvez no rosto de outra pessoa, mas com certeza não no meu. Resolvi ver se meu olho havia voltado, mas, ao fazer isso, tapei o olho errado e vi um lugar estranho, que não era minha casa.

Refleti um pouco para tentar ver que lugar era aquele, mas não adiantou muito. Sentei-me na poltrona de couro bovino que se encontrava em um canto da minha humilde sala de estar e comecei a refletir mais profundamente sobre que lugar era aquele. Perdi a conta de quanto tempo fiquei pensando. Em minha mente, poderiam ter se passado dias. Mas acho que não deu nem uma hora, quando liguei todos os pontos e entendi tudo: aquele lugar que estava vendo não era minha casa, era a Lanchonete da Cidade! Descobri que ele estava lá, naquele lugar em que eu almoçava praticamente todos os dias.

Todas as horas, minutos, segundos, centésimos pensando valeram a pena. Saí correndo em disparada à lanchonete. Ao chegar no local comecei a procurar meu olho como um louco, embaixo de todos os pratos, todas as comidas, de todas as mesas. Não o encontrei em lugar nenhum. Me aproximei do gerente e lhe perguntei:

“O senhor por acaso viu um olho por aqui?”

“O monsieur está ficando loúco? Aqui nós não trrabalhamos com membrros de animais!”

“O senhor me chamou de quê!?” gritei “Você acha mesmo que viria aqui só para me passar por louco?” “Vou me embora, nunca mais volto nesta espelunca! Au revoir!”

Saí marchando e bati a porta o mais forte que pude. Não queria mais pensar em meus problemas. Tentei terminar o dia como se nada tivesse acontecido. Mas agora, em vez de toda a raiva de antes, me sentia triste, inconformado. Almocei, ou tentei almoçar, procurei trabalhar um pouco até o fim da tarde, mas não consegui me concentrar. Resolvi não jantar, não tinha a mínima fome. Fiz de tudo para dormir, mesmo assim levantei como se tivesse acabado de me deitar.

        Talvez pelo impulso. Talvez por estar sem o meu olho esquerdo. Talvez por ter passado a noite em claro. Talvez pela sensação de estar em um sonho. Ou até quem sabe talvez por um motivo desconhecido. Não sei direito o porquê. Só sei que pensei em tapar meu olho direito, como havia feito quase 24 horas antes, quem sabe acontecia algum milagre? Considerando os últimos acontecimentos, eu não duvidava mais de nada. Tapei bem lentamente, com todo o cuidado possível (sem um só olho já estava difícil, imaginem sem os dois!), o único olho que me restava e, novamente, vislumbrei um lugar que não era meu apartamento. Desta vez, tive que refletir por alguns minutos, porém, não sei ao certo se por sorte ou por azar, fui me lembrando lentamente do local: parecia um tipo de centro comercial, já que havia certo movimento…e veio uma espécie de luz imediata na minha mente: aquele era o Nouveau Centre, que ficava em uma área central da cidade.

Fui como um relâmpago me trocar, não queria que o olho fugisse de mim novamente. Desci mais rápido do imaginei que fosse capaz as escadas e me arrependi de ter comprado um apartamento na zona oeste e ainda por cima no quinto andar. É impressionante como tudo dá errado quando estamos com pressa. Nenhum ônibus que passava em pelo menos quinze minutos. Todos os taxis estavam ocupados. Estava quase desistindo e indo a pé mesmo, ou disposto a esperar mais quinze minutos, quando apareceu um taxi livre. O chamei e entrei logo no banco de trás, que era o mais próximo, pra não atrapalhar o tráfego. Aquele taxista tinha um ar meio suspeito.

“Para onde monsieur deseja ir?”

“Nouveau Centre, por favor.”

A viagem toda ele ficou calado. Em um silêncio ensurdecedor. Uma vez ou outra me olhava pelo espelho retrovisor, como que para ver o que eu estava fazendo, a minha expressão, ou o mais provável: que homem estranho era aquele que não tinha o olho esquerdo? Não cheguei a ver a face do homem. Se não tivesse com um certo receio dos olhares, com certeza pediria para ele acelerar. Além de estar mais lento do que uma tartaruga, nós parávamos em absolutamente todos os semáforos. Será que o taxista queria me tirar mais dinheiro com aquele taxímetro correndo?

Depois do que pareceram horas, ele estacionou bem ao lado do Nouveau Centre e me disse o preço (eu não quero nem me lembrar de tão absurdo que era). Pelo que lembro da visão estava em frente ao restaurante “L’ Escargot”. Ali havia alguns arbustos, e ele deveria estar em algum deles. Cheguei ao ponto de pedir para o jardineiro que estava plantando um canteiro de flores dar uma podada neles, dizendo que havia perdido algo por ali. Mesmo assim não achei nada além de folhas secas.

“Clarice, olha aquele homem!”

“Mamãe, mamãe, olhe aquilo, que senhor mais maluco!”

“Querida, veja, acho que alguém perdeu alguma  coisa.”

Também escutei um choro de criança. Perfeito. Agora além de estar sem o meu olho esquerdo, não conseguir encontrá-lo e ver lugares malucos, eu também estava me tornando uma espécie de maluco. Alucinado. Aberração.

Mesmo sendo a primeira aventura do dia, já estava mais irritado do que nunca. Tapei pela terceira vez o meu olho e vi um lugar mais que gigante, com vista para uma bela pirâmide transparente, feita de vidro. Qual lugar seria aqui em Paris? Gigante, com pirâmides…. Mas não era óbvio? O Louvre! Nem quis chamar um taxista, senão minha carteira ficaria ainda mais leve… Sai correndo o mais rápido que pude, então avistei a pirâmide do Louvre. Tapei meu olho para ver em qual setor ele estava, pois dizem que demora aproximadamente 6 dias para ver o museu inteiro! O que vi foI um monte de pessoas me encarando, eles estavam atrapalhando a minha visão para ver qual era o setor, mas mesmo assim com um pouco de esforço vi o número. Setor 7.

Corri em disparada, e ao chegar, vi uma muvuca na minha frente, fui pedindo licença de um em um, e uma coisa que me lembro bem era de um monte de japoneses tirando fotos com suas máquinas extremamente potentes da época. Fui entrando em cada fresta que via e em fim consegui chegar a tão famosa obra. Ao ver como a tão conhecida pintura era, que todos queriam a tão glória de tirar foto, vi a belíssima e famosa Monalisa. Sorriso enigmático do belo quadro, porém não via uma coisa. Tapei o olho direito para ver a onde ele estava na sala, mas ao fazer isso, ele não se encontrava mais naquele mesmo museu a onde eu estava. Na verdade, era um extremamente diferente: um parque.

Cada vez minhas esperanças iam diminuindo, mas não estava pensando em desistir. Mentalizei o cenário. Provavelmente eu já tinha ideia de onde se encontrava. Fui correndo para o Parc de La Ville Centrale. Ainda bem que não ficava muito distante do Louvre.

Uma gota de suor frio escorria de minha testa. Estava cada vez mais nervoso.

Quando andei até a rua, veio uma nova onda de comentários:

“Marie, olha aquele homem!”

“Papai, olhe aquilo, este homem é doido!”

“Meu Deus! Veja este homem, que aberração!”

Não dei ouvidos. Chamei um taxi. Chegando no parque, avistei um velho senhor sentado em um banco. Fui me aproximando e, mais ou menos a dois metros de distância do homem, perguntei roucamente a ele:

“Por acaso o senhor não viu um olho por aí, viu?”

Acho que foi a primeira vez que não me chamavam louco. Na verdade, me respondeu em um tom muito sério:

“Não, mas posso te ajudar se você quiser.”

“Está bem. Diga tudo o que sabe.”

Ele não disse nada, apenas apontou para três crianças brincando com algo que não conseguia visualizar direito. Forcei a vista para tentar decifrar o que era. Quase desmaiei quando descobri com o que aqueles pestes estavam brincando. Fui correndo até elas.

“Ei vocês!” gritei “O que pensam que estão fazendo? Isso aqui é meu! Devolvam isso já!”

Arranquei o olho da mão das crianças e virei as costas sem ligar para a expressão delas. Saí correndo feito um maluco alucinado. Me tranquei em uma sala de telefone. Desgrudei os dedos da palma da mão bem lentamente. Meu corpo tremia de ansiedade, de medo e de tensão. Confesso que não foi uma das melhores sensações que já senti. Não havia nada. Quer dizer, havia a palma da minha mão, um pouco de suor e um monte de ar. Mas não tinha o que eu esperava que tivesse. De repente, tudo ficou branco. Depois preto.

E a partir  daí, não me lembro mais de nada.

Não sei como e nem porque, acordei no meu quarto. Ou melhor, em minha cama, e quando fui até o banheiro me barbear, me olhei no espelho. E ele estava lá, como se nunca, jamais, nenhum dia, tivesse saído do lugar.

 

Descrição da imagem fantástica- Catarina Simonetti _6 ano C

4721cavalos

           Esta imagem está nos mostrando uma bela paisagem de montanhas cheias de neve, e em uma das montanhas, conseguimos deduzir que está descendo uma avalanche, que, ao longo do caminho vai se desfazendo e virando um bando de cavalos brancos correndo. O Sol ao fundo vai se pondo fazendo um contraste muito bonito na imagem, os detalhes complementam a imagem. A neve se transforma em cavalos fazendo a imagem fantástica.